terça-feira, 31 de agosto de 2010

Mutirão de 2 na I Mostra de Dança de São José


A coreografia “Fim de Maio” expõe uma pequena e sólida parte do trabalho do Mutirão de 2 Grupo de Dança, que se apresenta dia 4 de setembro na I Mostra de Dança de São José. Os dois casais que compõem o grupo, Aline Tombini, Guilherme Abilhôa, Carolina Rögelin e Guilherme Rocha, trabalham com a dança de salão há cerca de oito anos e atualmente desenvolvem juntos uma resignificação da dança propondo uma visão particular dos movimentos de bolero, samba de gafieira, tango, forró, entre outros ritmos. Na coreografia que será apresentada na noite do dia 4, os movimentos insistentes de cabeças e as variações de braços e abraços repensam o “zouk brasileiro”. A relação entre os bailarinos também é colocada em questão trazendo à tona as relações sociais em que vivemos, refletidos pelo ritmo acelerado do dia-a-dia. “Fim de Maio” propõe uma fuga da alienação do nosso turbulento cotidiano através de gestos traduzidos com urgência.

Carolina Rogelin



*A coreografia "Fim de Maio" foi premiada no Premio Desterro 2010, 1° lugar Dança de Salão -Conjunto

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Ergo uma rosa




Hà um tempo atràs, quando escrevi sobre a cegueira e mais tarde sobre a coincidência da ida de Saramago, a Carol acabou por comentar, com seu jeito peculiar, sobre o poema "Ergo uma rosa", coreografado, musicado e registrado. E como se não bastasse pediu para que eu não deixasse de comentà-lo.

E desde o dia que li o comentàrio da Carol tenho visto e revisto tanto este video que é capaz de o video aparecer nos mais vistos do youtube so por minha causa. Pensei muito sobre ele num todo, a fala de Saramago em português, o corpo de Maria Pagés em movimento sobre o poema falado e depois sobre o musicado em espanhol. Tentei escrever sobre, mas não consegui. Então busquei um caminho pelas palavras de Saramago, deixei o video de lado. Tentei perceber além do que somente o gesto de "erguer uma rosa". E muito me emocionei, mas sem saber o porquê.

Para quem não é escritor, as palavras são um meio de colocar os pés no chão. Quando eu escrevo eu transformo, em parte, o meu mundo das idéias em mundo concreto, o que jà não é fàcil. Ainda mais quando resolvo escrever sobre arte. E agora, com essa missão de escrever sobre o video acima, ficou difícil concretizar meu sentimento a ponto de escrever sobre. A carga emocional é tão grande que para mim é impossivel racionalizar tal sentimento (e também não quero isso). Quero ficar com o que eu senti, esse sentimento bruto da qual atingiu diretamente o meu corpo e permaneceu là.

No documentàrio "Palavra Encantada", que fala sobre o poder da poesia na musica brasileira, Lirinha, do grupo Cordel do Fogo Encantado, fala sobre seu contato com a poesia feita de improviso. No nordeste é comum o repente, as palavras de improviso. E Lirinha diz que essa foi sua escola de arte, foi seu primeiro contato com o mundo da poesia e seu "primeiro momento de ficar impressionado com a vida que é um estado que ele pretende ficar permanentemente."

Achei lindo esse depoimento. Ficar impressionado com a vida é o meu objetivo de vida. Hoje posso dizer que o que me deixa permanentemente neste estado de latência é o meu grande amor, é a musica, é a minha cidade e a dança. E agora acrescento essa obra de arte, Saramago e Maria Pagés, um momento de ficar impressionado com a vida.

sábado, 26 de junho de 2010

Provérbios manezinhos


É preocupante o estado do transporte público da Ilha de Santa Catarina, o preço está caríssimo (quase trêx...) e a quantidade de saídas diminuiu. Nesta situação, ou melhor, em frente a um copo com água pela metade, posso ver a metade cheia ou posso notar a metade vazia. No caso do transporte vou ver a metade que está cheia.


Graças ao nosso péssimo transporte público, tenho aproveitado para escutar minhas músicas e ler meus livros. Tenho feito desse tempo que seria morto para produzir. Hoje fiquei no livro "Oh casos e delícias raras" de Raul Caldas Filho. Achei esse livro em casa, e como estou numa onda bem manezinha já aproveitei para dar uma espiada em algumas histórias da ilha.


Sou obrigado a dividir com os amigos um capítulo entitulado Revendo velhos provérbios, e mostrar o porquê que estive a rir em pleno "tritri" (terminal da trindade). Aí vão:


Quem ri por último... é retardado.


Quem não tem cão... não caça.


Águas passadas... já passaram.


Quem vê cara... não vê o resto.


Quem dá aos pobres... adeus!


Os últimos serão... desclassificados.


Devagar... nunca se chega.


Depois da tempestade... vem a gripe.


Quem tudo quer... tudo tem.


Em terra de cego quem tem um olho... é caolho.


Quem ama o feio... é cego.



E ainda tem muito mais, mas já não consigo escrever. Deixo pra próxima. O que acharam?

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Hoje é o dia do elefante!!




Hoje é o dia do elefante. Um dia de campanha mundial contra a a exploração de animais. E o elefante foi escolhido o animal símbolo por sua exploração nos circos.


Durante todo o dia de hoje fique com um cordão verde amarrado no dedo e se alguém questionar diga que você é contra a exploração de animais.





terça-feira, 22 de junho de 2010

O porquê do título.

Essa coisa de "Gomalina" vem da música de um jovem compositor carioca chamado Max Sette. Ex-integrante da Orquestra Imperial.

Ele recentemente criou uma gravadora para lançar seus discos, aos quais chama de "webdiscos", pois estão disponíveis gratuitamente na rede. www.maxsette.com.br

"Gomalina" está lá, um samba pra lá de saboroso. Chega a ser muito engraçado pela sua estranheza e repetição dos refrões. Um samba típico do Nação Balanço.

Cuidado que esse refrão fica na cabeça.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

ensaio sobre a cegueira

A vantagem de ser cego é de poder dançar sempre com as luzes apagadas.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Desvendando os simbolos

Depois de ver muitas vezes o vídeo do post anterior (Arabesque n.1 de Debussy), que ainda não cansei de ver, consegui desvendar qualquer coisa da simbologia ali presente que talvez numa olhada ràpida seja difícil de perceber.

Antes de tudo, o vídeo é representação da partitura. isso é fato. Uma forma diferente de representar a mesma coisa, entretanto visualmente mais interessante. Assistir a uma dança em geral é mais interessante do que ver as fotografias dela. E por isso ele criou essa animação.

Exatamente como na partitura, a altura das notas (grave/agudo) foi feita da mesma forma: quanto mais embaixo mais grave, mais acima, agudo. Neste caso é como se o pentagrama estivesse invisível, mesmo assim sendo perceptível essas alturas.

é possivel perceber também uma fina linha que faz a ligação entre a maioria das notas (é interessante perceber os momentos em que ela se rompe), essa linha liga as notas successivas, de modo que não haja nenhum silêncio entre elas (wikipedia). Na partitura essa mesma linha é o "legato" ou "ligadura" e està acima das notas a serem ligadas. Para perceber e conferir se os legatos estão postos nos lugares certos veja o video da mesma musica com sua partitura original.



O tamanho dos círculos é correspondente a sua duração. O desenho que se cria com os grandes círculos é lindo em contraste com os pequenos, ve-se a duração da nota até o fim, ou até alcançar outra. Eu, com minha teoria musical iniciante, não conseguiria perceber tão instantaneamente em uma partitura convencional a importância da duração de algumas notas no contexto da musica. A animação faz mesmo a gente perceber a musica de uma outra forma.

Sobre as cores, acredito que cada cor ressalta elementos diferentes da peça. Hà dois tons de azul, os dois mostram os temas através da melodia, sem duvida é uma parte em destaque. O roxo, os baixos, sempre as notas mais graves. O laranja, que mais tarde se confunde com o verde, destaca a parte harmônica em arpejos e escalas. Pra mim é o que dà identidade a peça, dà cenàrio.

Mas sem duvida, o que mais me chama a atenção é o efeito dos círculos cheios sendo esvaziados apos o toque das notas. Parece que é a vida que deixa de existir com o objetivo de se criar umas das melodias mais doces que jà ouvi. Morre-se para nascer a musica. As notas apos tocadas continuam là, mas diferentes ao nosso olhar, é o que sobrou dela, é o milho que que passa pelo fogo para virar pipoca.